Pega no livro

Clubes de leitura da Galiza com algum livro em português


Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome. (Clarice Lispector)

Perto do Coração Selvagem, no clube Amálgama (Corunha)

Dentro da campanha feminista da Corunha “8 de março não é um dia, é toda uma vida!” no Clube de Leitura Amálgama conbinamos para o sábado 6 de julho às 18h no Café da Guiné (Rua São José nas Atochas) para falarmos sobre o livro da feminista brasileira Clarice Lispector “Perto do Coração Selvagem”.

Imagem

Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 – Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.

Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977).

Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo.

“Perto do Coração Selvagem” (1943)

A vida de Joana é contada desde a infância até a idade adulta através de uma fusão temporal entre o presente e o passado. A infância junto ao pai, a mudança para a casa da tia, a ida para o internato, a descoberta da puberdade, o professor ensinando-lhe a viver, o casamento com Otávio. Todos estes fatos passam pela narrativa, mas o que fica em primeiro plano é a geografia interior de Joana. Ela parece estar sempre em busca de uma revelação. Inquieta, analisa instante por instante, entrega-se àquilo que não compreende, sem receio de romper com tudo o que aprendeu e inaugurar-se numa nova vida. Ela se faz muitas perguntas, mas nunca encontra a resposta.

“Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro!”

Pode encomendar o livro de Clarice Lispector na Livraria Suevia (R. Vila de Negreira, 32, no bairro da Agra do Orçám. 690 22 83 91 / 981 90 76 38 – livros.gz@gmail.comhttp://www.facebook.com/LibrariaSuevia)

Clube de Leitura Amálgama
A amálgama é a fusão de dois ou mais elementos que sempre produz algo novo.
O Clube de Leitura Amálgama nasce na Corunha com a vontade de criar um espaço onde poder partilhar perspetivas e olhares diferentes sobre a literatura galego-portuguesa.

Informações no facebook Amálgama – email amalgamadacorunha@gmail.com