Pega no livro

Clubes de leitura da Galiza com algum livro em português


Sábado clubista em Lugo: Tuga-Lugo-Lendo (11h30) e Cultura do País (17h00)

Tuga-Lugo-Lendo reúne-se este sábado 16 às 11h30 no Centro Cívico Maruja Malho, para falar das Estórias Abensonhadas do Mia Couto. O livro foi escrito a seguir ao fim da guerra em Moçambique e publicado em 1996. Estes contos, em palavras do autor, surgiram “entre as margens da mágoa e a esperança”. Contacto: lugolendo@gmail.com

O Clube da Cultura do País reune-se às 17h00 no Lar da Cultura do País, para falar de A Pele Fria, de Albert Sánchez Piñol. A escolha deste romance enquadra-se num conjunto de atividades realizadas pela associação em volta da Catalunha, que incluíram um concerto de Cesk Freixas.

Na noite da sexta-feira anterior, também no Lar da Cultura do País (20h00), Teresa Moure apresentará Eu Violei o Lobo Feroz. O poeta Rafa Vilar participará também neste evento.

As atividades são inteiramente abertas.
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De costas ao minarete da mesquita ouvia o rezo do muecim…

Sessão com Lois Diéguez no Lar da Cultura do País (8 de junho)

O Canto do Muecín narra a viagem à Síria de um grupo de galegos(as), cada um deles com experiências prévias e expetativas diferentes.

O enredo do livro envereda pela paixão entre a galega Sara e o guia Assad; uma intriga com vários assaltos sexuais; o passado de cada um dos turistas e as relações entre eles; e o próprio roteiro da viagem pelas maravilhas arqueológicas da Síria.

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Mas em que medida O Canto do Muecín é um romance sobre a Síria e os sírios, ou sobre os galegos que lá viajam? Eis um dos debates a que se prestou o livro.

O autor defendeu o uso de “personagens de contraste”, de traços marcadamente galegos, com independência da classe social das mesmas. Para ele, até os meninos e meninas bem da Corunha teriam traços bem galegos de comportamento, o que deveríamos esperar que viesse à tona na literatura.

Foi aí que o debate enveredou para os Ferrins, Rivas, Cunqueiros e Pedraios habituais de qualquer tertúlia do género. As digressões sobre aquilo que a literatura galega é ou deveria ser também não faltaram. Menos não podíamos esperar do nosso clube, onde as inspiradas conversas acabam sempre por rodopiar como um enxame de abelhas — à boa maneira luguesa.

Voltando ao rego do livro, falou-se das perceções que em Ocidente existem a respeito do Médio Oriente, da situação das mulheres no mundo árabe, e da agressão que a Síria está a sofrer nestes dias. Até parece que O Canto do Muecín do Lois já agourava o que estava para vir:

De súbito, os cantos dos muecíns uníronse ao estrondo, mais as súas voces non posuían o acougo doutras veces e parecían multiplicarse como se todas as mesquitas de Damasco se puxesen de acordo en avisaren do perigo. Os guías metéronse detrás duns piñeiros con mentes de que os viaxeiros non os distinguisen (página 469)

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Em cima da mesa de debate não faltaram um mapa da Síria e alguns livros sobre o Oriente Próximo, como Entre Árabes de Colin Thubron, um maravilhoso livro de viagens a que O Canto do Muecín também faz alusão.

Também há que assinalar que um dos membros do clube protagonizou uma espetacular caída da cadeira de plástico de onde falava, resultando na quebra de uma das patas da peça de mobília. O tal clubista já confirmou a este blogue que haveria de restituir às associação os 5 euros em que a cadeira foi avaliada por observadores independentes.

No final da sessão, o autor deu-nos como presente dous poemas dedicados à Carme, a sua irmã. Ficamos mesmo muito obrigados a Lois Diéguez pela delicadeza do presente e por se ter deslocado a Lugo para a sessão do clube.

O clube da Cultura do País continua a sua andaina com A Casa Grande de Romarigães, do mestre Aquilino Ribeiro.


Mordida, de Eugénio Outeiro, no clube de Cultura do País

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Fiamos a conversa no dia 3 de abril, no Lar da Cultura do País.

Tivemos a sorte de contar com o próprio Eugénio para debater sobre o livro. Falou-se de budismo, alimentação, das sociedades do antigamente e do agora. E leram-se poemas do livro a pedido dos assistentes, como o Adão e Evo:

ele olhava para ele

e ele para ele

a arregalar com fome os olhos

que comiam os olhos um do outro

e os lábios um do outro que queriam

o corpo dele

e ele o dele (..)

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Enfim: Ted Hughes, Sylvia Plath e a Ilha de Arousa, tudo à mistura no início da primavera luguesa, no carril das Hortas.

O clube continua agora a sua andaina com O Canto do Muecín, de Lois Diéguez.


Fugaz Coincidencia, de Xosé Estévez, na Cultura do País (Lugo)

O lançamento será no dia 9 (20h30) no Lar da Cutura do País (Carril das Hortas, zona de São Roque).

Xosé Estévez é autor dos romances Xoel, Dilois, Talvez un Machista e Morte na Muralla. Como poeta, publicou Vivir, A tua Ausencia non se Apaga, Fóra da Lei e De Ida e Volta.

Fugaz Coincidencia será incluído na programação do clube de leitura da Cultura do País. Este clube iniciou o seu andamento com A Encomendação das Almas, de João Aguiar.

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