Pega no livro

Clubes de leitura da Galiza com algum livro em português


Contos da Montanha no clube de leitura Léria

Não é a primeira vez, e com certeza não será a derradeira, que um clube de leitura se debruça sobre os Contos da Montanha de Torga. O clube Léria debateu sobre o livro no passado 13 de maio, na EOI de Compostela.

Partilhar impressões sobre livros de contos nem sempre é fácil, para mais quando, como é o caso dos Contos da Montanha, ultrapassam a vintena. Ora, é tanta a força destas histórias do transmontano, que o debate fluiu sem cancelas desde o primeiro momento.

O que se sublinha em Um Filho: o amor de Torga pela liberdade da montanha ou a ignorância do pai que não leva a sua esposa ao médico quando se aproxima o parto? Que papel tem a aldeia e a paisagem em contos como A Maria Lionça? De que maneira se percebe o conhecimento direto que Torga tinha do meio que descreve? Onde pode mais a crítica social, onde o deslumbramento pela montanha, onde alguma saudade, caso haja?

Sim foi consensual o fascínio perante o conto O cavaquinho: uma obra-prima do conto, no que toca à condensação expressiva e ao fim surpreendente. Também era claro que a leitura de Torga nos levaria a refletir sobre o mundo rural galego. Até que ponto a literatura serve para guardar testemunho da sociedade rural-tradicional? Que valor pode ter este testemunho para os mais novos?

E uma deixa para os docentes: além dos contos aqui referidos, poderão tirar grande vantagem nas aulas de outros como: O bruxedo, que se debruça sobre um caso de mau olhado ou Homens de Vilarinho.

O clube de leitura Léria prossegue agora com O Crânio de Castelao, uma das leituras comuns a todos os clubes da Pega. A sessão de debate será no dia 27 de junho.

Desde já, as atividades do clube podem-se seguir neste blogue:

http://clubeleria.blogspot.com.es/

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O mundo visto de S.Leonardo da Galafura

Fonte: http://meiadeleite.com/tag/s-leonardo-da-galafura/

 


Debute do Clube Léria com Luanda e a Madeira no horizonte

O clube de leitura Léria, da EOI de Santiago de Compostela, iniciou a sua programação com Os da Minha Rua, de Ondjaki, com sessão de debate realizada no dia 17 de dezembro de 2013. A visita de Ondjaki a Compostela (livraria Ciranda) foi o melhor complemento que poderia ter tido esta primeira escolha.

Na passada terça-feira 21 de janeiro juntamo-nos para falar de O Último Cais, de Helena Marques. Afortunadamente, o debate logo surge neste clube, sem necessidade de muitos materiais complementares. As impressões do livro foram em geral positivas, apontando como pontos fortes: a construção de algumas personagens, como Marta e Maria; a ambientação bem lograda do ambiente do século XIX na Madeira; a atualidade de muitas das situações apresentadas no livro, nomeadamente no que toca à situação das mulheres e às incipientes lutas de emancipação.

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Helena Marques

Ora, menos consensuais foram outros aspetos do livro, como a densidade das descrições, o excesso de informação sobre algumas personagens e a dificuldade em seguir o enredo devido à complicação das relações de parentesco. Neste sentido, assinalou-se que teria sido pertinente a inclusão de um esquema final com a árvore genealógica.

No espaço de recursos podem descarregar uma apresentação em PDF com imagens e excertos de texto ligados ao livro. O clube segue agora em frente com Inês de Portugal, de João Aguiar.


O arquipélago do Senhor Napumoceno

O senhor Napumoceno da Silva Araújo fez rir a uns e baralhou um bocadinho a cabeça de outras.

A leitura deste livro poderia lembrar a qualquer uma das seguintes experiências:

Entrar num labirinto
Abrir uma cebola
Puxar do fio de um novelo emaranhado
Começar a comer um bolo que não se pode deixar
Abrir um jogo de bonecas russas

Eis uma das perguntas que se colocaram na sessão de debate sobre o livro, no sábado 11 de janeiro, no centro cívico Maruja Malho de Lugo. O fio, o labirinto e a cebola foram as metáforas mais escolhidas – mas se fosse a cebola, teria der ser uma bem emaranhada por dentro.

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O Testamento narra a história de ascensão social de um comerciante radicado em Mindelo, na ilha cabo-verdiana de São Vicente. Quando a empresa atinge segurança financeira, toma conta dela Carlos, sobrinho do senhor Napumoceno e resgatado por este último da miséria.

Maria da Graça é filha de um relacionamento do Senhor Napumoceno com D.Chica, uma das criadas. A paternidade é mantida em segredo em vida do protagonista, mas ele cede muitos dos seus bens à filha no testamento.

Riqueza de perspetivas ou fonte de confusão para o leitor? A controvérsia estava servida, e foi por aqui que enveredou uma grande parte da conversa. O que é claro: no fim o livro deixa mais de uma questão sem resolver. Há quem goste e não goste de ficar com este tipo de incógnitas.

Também o sentido do humor do Germano Almeida fez rir mais a uns do que aos outros, e em geral mais numa segunda leitura do que na primeira. Sim foi consensual ver o episódio da venda dos guarda-chuvas como um dos pontos fortes do livro, o que justifica bem a escolha do motivo para a capa da edição de bolso.

Foi avaliada positivamente a aproximação à realidade cabo-verdiana que fornece o livro – bem como à sua história, pois atravessa o período da Independência e vai até aos anos 80.

Contas feitas, o Testamento foi-se de Lugo com uma pontuação final de 6,8 pontos de 10 – houve, sim, quem insistisse no bom que seria fazer uma viagem a Cabo Verde.

No final da sessão escolheram-se as seguintes leituras, neste caso duas: Myra, de Maria Velho da Costa; e , de António Nobre, o livro que o senhor Napumoceno deixou em herdança à Adélia, a moça de olhos assustados por quem tanto se apaixonou.

Encadeando uns livros com outros, Tuga-Lugo-Lendo envereda pela primeira vez pela poesia, sem ao mesmo tempo deixar de lado a narrativa.


Quinto aniversário do clube de Leitura Ana Politkovskaya

Da Pega no Livro encorajamos a participar na quinta festa de aniversário do Clube de Leitura Ana Politkovskaya, o mais veterano da Pega no Livro. Sera nesta sexta-feira 29 de novembro, às 19h00, na Gentalha do Pichel. Podem consultar toda a informação nesta ligação .

Projetará-se um documentário sobre as Pussy Riot, ao que se seguirá um debate sobre a supressão das liberdades civis na Rússia e as diversas maneiras de interpretar o eco mediático deste conflito. Como diz no blogue do clube, a polémica está servida.

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PUSSY RIOT- A PUNK PLAYER polo nosso quinto aniversário


Sábado clubista em Lugo: Tuga-Lugo-Lendo (11h30) e Cultura do País (17h00)

Tuga-Lugo-Lendo reúne-se este sábado 16 às 11h30 no Centro Cívico Maruja Malho, para falar das Estórias Abensonhadas do Mia Couto. O livro foi escrito a seguir ao fim da guerra em Moçambique e publicado em 1996. Estes contos, em palavras do autor, surgiram “entre as margens da mágoa e a esperança”. Contacto: lugolendo@gmail.com

O Clube da Cultura do País reune-se às 17h00 no Lar da Cultura do País, para falar de A Pele Fria, de Albert Sánchez Piñol. A escolha deste romance enquadra-se num conjunto de atividades realizadas pela associação em volta da Catalunha, que incluíram um concerto de Cesk Freixas.

Na noite da sexta-feira anterior, também no Lar da Cultura do País (20h00), Teresa Moure apresentará Eu Violei o Lobo Feroz. O poeta Rafa Vilar participará também neste evento.

As atividades são inteiramente abertas.
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II RAMAGEM LITERÁRIA DA PEGA NO LIVRO (RIANJO, 20 DE OUTUBRO)

Aguardamos-vos na II Ramagem Literária da Pega no Livro

De manhã, faremos um roteiro literário por Rianjo. Combinamos às 11h00 diante da casa de Manoel António (Rua de Abaixo, 24 – Rianjo)

Jantaremos no colégio Brea Segade, em Taragonha (cada pessoa leva a sua própria comida).

José Luis Orjais, à tarde (16h00) falará-nos de recolhas musicais em Rianjo e do Cancioneiro Lusófono que ele compilou.

Teremos a seguir um Troca-Troca de leituras: não esqueçais levar um livro para recomendar.

Quico Cadaval e Carlos Quiroga apresentarão O Crânio de Castelao, um livro coletivo escrito por vários autores lusófonos.

Podeis ler o programa completo aqui.

Para mais informações, enviai um email a:   peganolivro@gmail.com

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